sábado, 11 de maio de 2013

Experiência profissional...

Experiência no campo das substâncias psicoativas. Trabalho com esta temática oficialmente há treze anos.Sem falar de minha vivência na pré-adolescência com meu tio paterno no trabalho de prevenção nas escolas. Falar disto está ligado à minha profissão e as minhas escolhas neste campo. Estas escolhas são repletas de dedicação, buscas, empenho e acima de tudo, amor. . Trabalhar com a temática drogas é algo que traz diversos questionamentos: motivos, medo, receio, admiração, incertezas, impotência, tabus, derrotas, coragem, causa, saúde pública e tantos outros. Estar trabalhando com isto me remete ao enfrentamento da realidade e desafios. Este tema faz parte de nossa realidade e somos responsáveis em contribuir para o enfrentamento da temática de forma mais madura, menos simplista e muito mais aberto a novas perguntas do que a busca de respostas já pré-determinadas. Temos que ter a ousadia de ampliar nossa visão sobre as drogas e mudar nossos paradigmas, o que nos remete a quebrar as próprias ideologias e as idéias preconcebidas. Temos que ter a simplicidade de saber que muitas vezes não sabemos o que fazer, mas a busca por ela permanece. Temos que ter a capacidade de segurar o sofrimento do outro, ate que ele possa descobrir a sua própria capacidade disto. Temos que respeitar o ritmo e o tempo do outro, sem apressá-lo com nossas angústias. Temos que olhar para o outro e sentir que ele é responsável por ele mesmo e confiar nisto. Temos que ter uma estrutura que segura, acolhe e apóia nas recaídas, nos momentos difíceis em que muitos desistem, mas você está com o outro para que ele não desista dele mesmo. Temos que dizer menos o que outro deve fazer e saber ouvir mais para que ele mesmo possa exercitar isto na própria vida. Temos que admirar as pequenas conquistas, que muitas vezes devem ser encaradas como grandes vitórias. Temos que cultivar uma relação de empatia e de respeito mútuo. Temos que auxiliá-lo a enfrentar a si mesmo, valorizando suas qualidades e assumindo suas limitações. Temos que aceitar que é necessário perder algumas coisas para se ganhar outras. Temos que ajudá-lo a encontrar novas alternativas, a busca de novos prazeres e novas maneiras de lidar com os problemas. Temos que acolher o choro e estar junto para que se encontre o sorriso. Temos que olhar para a pessoa e não para a droga. Temos que focar a saúde e não a doença. Temos que estar junto na caminhada do outro, sabendo que há momentos que haverá muito cansaço e obstáculos e assim, auxilia-lo a não desistir. Temos que saber que poderá haver algumas más escolhas, alguns escorregões e que não é preciso jogar tudo o que se conquistou no lixo e achar que tudo não valeu a pena. Temos que aceitar que os outros tem as próprias escolhas e auxilia-los a lutar por isto, tendo como ponto básico, a responsabilidade. Temos que contribuir para que a pessoa se encontre além da droga. Temos que acreditar na mudança do ser humano. Temos que ser gratos aos outros pelo tanto que também nos ensina. Temos que auxilia-lo a acreditar em si novamente, mesmo que muitos não façam mais isto. Temos que contribuir para a importância do estabelecimento da ética humana. Temos que zelar pela verdade do outro e aprender a valoriza-la, mesmo que ela venha por meio de uma mentira. Temos que ouvir para além do que é falado. Temos que preservar a vida e isto se reflete nas relações com as pessoas e assim, auxiliar na busca de uma melhor convivência consigo mesmo e com os outros. Temos que cuidar da auto estima e fazer escolhas melhores. Temos que contribuir para que se busque contemplar a vida, ao invés de ficar somente pensando sobre a vida. Temos que ampliar a conscientização de que a saúde, de forma geral, esta nas mãos de cada um. Saliento que fazemos parte da história do outro e de que uns mais outros menos, influenciamos e somos influenciados na convivência humana. Sou muito grata por isto. Cláudia Fabiana de Jesus

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