domingo, 1 de setembro de 2013

Consumo de substâncias psicoativas: Da dependência a Independência

Consumo de substâncias psicoativas: Da Dependência a Independência Claudia Fabiana de Jesus – Psicóloga/ Mestre em Psicologia da Saúde – clafaje@hotmail.com Este mês se refere a uma data importante, 7 de setembro, dia da Independência do Brasil e, neste escrito se foca a questão da independência x dependência, relacionados ao consumo de substâncias psicoativas. A temática dependência e independência pode ter diversos aspectos a ser discutido e se discutirá a partir de um certo viés. A dependência se refere a sujeição, a subordinação e diz respeito ao indivíduo que não tem recursos próprios, de forma geral, e vive a expensas do outro. A independência é algo importante no desenvolvimento do ser humano e não tão simples a ser conquistado. O ser humano nasce e é o ser mais dependente da mãe, do outro, necessitando de seus cuidados. Um ser que depende do outro para sobreviver. A dependência se mantém na infância, na adolescência se questiona em alguns pontos desta temática mas, ainda predomina a dependência. No período da fase adulta se pontua a prioridade da independência. O ser humano se desenvolve, sai da dependência e se dirige para a independência, como um país que ganha sua autonomia e se torna independente do outro, podendo se autogerir. Há diferentes aspectos da dependência. Cita-se a dependência econômica/ financeira e a dependência emocional, as quais podem estar ligada uma a outra ou não, porém, foca-se neste escrito a dependência emocional x independência emocional. Muitas vezes, o adulto apresenta além da “ dependência química” a dependência emocional e este é um ponto fundamental a ser trabalhado. Há pessoas que ate conseguem buscar e manter a abstinência do álcool/ drogas, contudo, apresentam uma dependência emocional significativa. Uma pessoa que precisa da aceitação e aprovação do outro, da mãe, da esposa, de uma instituição, ou da sociedade, apresentando dificuldade em estar mais seguro em suas próprias escolhas, não assumindo riscos e, assim apresentando dificuldades em inventar o seu próprio futuro. O indivíduo independente é aquele que tem como referencia de sua vida ele mesmo, não que ele não precise dos outros, mas ele não depende. Percebe no desenvolvimento do ser humano e de nossa sociedade um estímulo a dependência, pois quando uma pessoa se assume, é independente aparenta ser “egoísta” e pode ter mais um cunho negativo. Também, se observa que atrás da dependência do outro, alguém que se responsabilize pelo outro, cuida do outro pode ter uma questão de controle frente a este outro. Quando alguém depende do outro pode ficar submisso ao outro e acaba não se responsabilizando por si mesmo e pelas escolhas. Há, também, as pessoas que apresentam dependência emocional e não desejam sair desta posição, alimentando a relação simbiótica com o outro, contudo, há um “preço alto a se pagar” ficando na posição da dependência. È necessário que a pessoa deseje sair de um processo de dependência para a independência e deve trabalhar em prol desta mudança subjetiva, tanto as pessoas que consomem uso de substâncias psicoativas, como aqueles que não apresentam esta questão. Para as pessoas que apresentam “ dependência química” se reforça a importância da busca em deixar esta relação com as drogas/ álcool e, concomitantemente, deixa a relação de dependência com o outro a sua volta, ou seja, se abster da dependência emocional. Correlacionando com o Dia da Independência da Nação se traz a reflexão acerca de sua independência pessoal. Como você lida na sua vida com a questão da dependência x independência? O que a dependência emocional acarreta e o que isto repercurte na vida? Como se desenvolve a independência emocional e quais os benefícios da mesma em sua existência? Você alimenta a dependência emocional nas relações interpessoais? Você quer ser alguém mais independente? A independência emocional está relacionada, entre outras questões, com a liberdade, porém, a liberdade requer assumir as próprias escolhas e a responsabilidade. Assim sendo, quando o indivíduo tem uma relação de independência a responsabilidade é algo que marca seu modo de ser naquele momento. È necessário fazer uma revolução pessoal em que se grita pela liberdade e pela independência. Ressalta-se que a maturidade emocional do ser humano tem haver com a evolução de um processo da dependência para independência. Salienta-se a importância do indivíduo sair da sujeição ao outro para a emancipação individual e para a autonomia.