segunda-feira, 4 de agosto de 2014

IV Congresso Brasileiro de Psicologia da Saúde, 2014.

DA PROMOÇÃO DE SAÚDE À REDUÇÃO DE DANOS NO CONSUMO E ABUSO DE ÁLCOOL
Claudia Fabiana de Jesus-  Psicóloga/ Mestre em Psicologia da Saúde – clafaje@yahoo.com.br

iV
Resumo
Introdução: O consumo do álcool é um tema atual da saúde pública e há diversas modalidades de práticas nesta área. No que se refere a intervenções ao consumo e abuso do álcool é comum práticas focadas na abstinência da substância psicoativa e a práxis voltadas ao modelo biomédico e na patologia, contudo, há as estratégias de redução de danos e as ações promotoras de saúde as quais  são mais raras na saúde coletiva. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi descrever o atendimento psicológico de um idoso a partir das estratégias de redução de danos e de promoção de saúde e o intuito desta pesquisa foi discutir o caso clínico a partir das mudanças da posição subjetiva do paciente. Metodologia: O trabalho se refere a estudo de caso, de caráter exploratório. O atendimento psicológico era individual e, posteriormente, passou a ser quinzenal. A abordagem utilizada se refere à psicanálise e a redução de danos.  O tempo da sessão variou conforme a demanda e a partir do manejo do profissional. Resultados: O paciente mudou sua posição subjetiva, falando de si, sem estar relacionado a abstinência ou não do álcool. O paciente traz questões ligadas a seus medos, a solidão, a espiritualidade e questões ligadas à morte. Ele traz assuntos ligados ao relacionamento com a esposa e com os filhos, bem como, ao campo profissional e a aposentadoria. O paciente traz reflexões acerca de ser idoso, do auto-cuidado e sobre a sua saúde. Ele não ficou  fixado às queixas, dá foco no presente e desloca do ser “ alcoolista”´para um sujeito que apresenta desejos, escolhas e se responsabiliza pelas mesmas. O processo do atendimento se dá pela via da subjetividade e da responsabilidade de suas escolhas. A partir de ações que promovem saúde o paciente deslocou do discurso da doença, focou em sua singularidade, reduzindo danos e se permitiu assumir os seus próprios desejos. Considerações finais: Evidencia que tanto a psicanálise como a redução de danos implica o paciente em seu discurso, em seus atos e na direção do tratamento, não como um dever, mas como uma escolha. Salienta-se a construção de uma demanda de tratamento do próprio sujeito. Pontua-se a importância dos profissionais estarem mais abertos a abordagens citadas neste trabalho pois são concepções contrárias ao do discurso biomédico e de um controle social pois na prática de saúde pública se percebe escasso trabalho que prioriza a subjetividade e a singularidade, baseada na ética do desejo do paciente e em ações singulares promotoras de saúde.  Assim, ressalta a importância de mudanças no manejo do próprio profissional para que este possibilite espaço analítico ao paciente.





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