sexta-feira, 16 de maio de 2014

Prevenção de drogas: A partir de que olhar? Por Claudia Fabiana de Jesus clafaje@yahoo.com.br A prevenção de drogas é algo ainda baseado somente da ideia da pessoa não experimentar substância psicoativa. E sabe-se que é necessário ir além disto pois desde as crianças até os idosos experimentam drogas/ álcool e não se vê abertura para falar disto. È algo velado, é algo que não se pode falar, é algo da ordem da moral, do errado, do proibido e do mal. O diálogo neste sentido deve transcender o que já se tem feito. È uma escuta deste tema não restrito ao que se quer ouvir mas, voltada ao que não se quer escutar. Se o adolescente chega em casa e diz aos pais que experimentou “maconha” será que os pais terão facilidade em lidar com isto? Muito provável que não, pois é da ordem do desconhecido, do não saber, além dos próprios mitos sobre o experimentar droga. Nas diferentes instituições não se sabe dialogar sobre o consumo de drogas ilícitas, até mesmo também, pelo lugar que ela ocupa na sociedade e não se admite que a drogas faz parte da humanidade. Há o discurso pronto de quem “ experimenta drogas não tem volta”, “ de que o risco de experimentar o faz ser dependente químico”. O experimentar substância psicoativa seja ilícita ou lícita é presente no cotidiano das pessoas e é necessário falar disto de forma aberta e direta. Não dá para pensar em “prevenção” sem levar em conta desde o uso experimental ate o abuso de substâncias psicoativas. Será que os profissionais sabem lidar com isto? Porque é tão difícil falar no uso experimental se é uma realidade? Repense sobre isto e amplie seu olhar acerca dos modelos de prevenção no campo de álcool/ drogas. E é importante ir além da prevenção de doenças para fatores que promovem saúde na vida do sujeito de forma singular e garantir espaços de diálogo sobre o uso de substâncias psicoativas. O uso de drogas/ álcool é real e não dá para recusar a escuta e o falar sobre isto. As drogas estão aí gritando para serem olhadas e porque será? Mesmo não sabendo todas as respostas há de se arriscar em construções de novos modelos de atuações e de intervenções. A responsabilidade é de cada um com o seu modo singular de obter satisfação. E há de se questionar a responsabilidade acerca do trabalho de prevenção e de que prevenção estamos nos pautando? Em qual direção o seu olhar está direcionando?

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